Era uma vez um homem.
Centrado em suas verdades, falava através
do silêncio. Mas na transparência e na
quietude de suas palavras, feito canção
que se compõe entre os olhares dos
apaixonados, surgiam versos como surge o
perfume das flores.
Ainda que existisse, tantas vezes se
perguntava se ele era real. Amava por
inteiro; queria ser amado sem exigir
sentimentos. Para ele, o amor só valia
quando causava alegria. Era de um tanto
dedicado que pertubava aqueles que não
sabem receber o amor. Porque não é simples
recebê-lo.
Mas talvez perturbasse mais por não
deixar-se desvendar... Era homem, feito
anjo; sem asas, era anjo, feito homem.
Sabia voar, a sua maneira, através das
coisas que sentia... Mas, além disso,
sabia fazer voar, através dos sentimentos
que oferecia.
Talvez não fosse um homem, talvez nem
fosse um anjo... Certamente isso é uma
fábula para quem não acredita em anjos ou
em arco-íris ou mesmo em amor...
Não há um único nome. Existem vários. Aos
homens, todos os outros homens, ele era,
mesmo sem saber, uma parte dentro de cada
um. Seu nome era coração.
(Rosana Braga0
Imagens: Retiradas do Google
Sejam bem vindos a esse cantinho poético porque quando se ama a vida ela é a própria poesia. Como diz Clarice Lispector "A virtude da vida não está em fazer aquilo que se gosta, e sim gostar daquilo que se faz. Por isso sejam fortes, não como as ondas que tudo destrói, mas como as pedras que tudo suporta!"
Texto lindo!!
ResponderExcluirQue tua semana seja linda também! beijos,chica